terça-feira, 10 de novembro de 2009

PARADOXOS

PARADOXOS

Tinha um bom homem que sonhava com um
grande amor... casar-se, aposentar-se.
Trabalhava lá na fundição.
Morreu jovem - intoxicado com o pó-de-ferro
no pulmão.
Lembro-me bem. Eu era garoto.
Ficou na minha memória.

Tinha um homem ajuizado - de diploma, bem-educado -
que chefiava, do escritório, uma organização.
Sonhava com um grande amor... casar-se, aposentar-se.
Caiu, de repente, e morreu do coração.
Foi tão rápido como o primeiro.
Lembro-me bem. Eu era garoto.
Ficou na minha memória.

Hoje, eu, homem formado, saudável - procuro
um grande amor.
Quero me casar, me aposentar...
Não sei.
Sei que presenciei sonhos de dois até
melhores do que eu.
Sei que morro lentamente.

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