À Santa dos Cornos Revoltados
Santinha, não vem com ladainha.
Sinto-me chifrado na arena...
sou a seda vermelha do toureiro.
Pensei em me esconder num bueiro.
Pô! Toda vez que passo em frente ao espelho
uma voz sinistra me fala 'MUUUUUU!'
(não quero rimar com um palavrão não
cabível nesta santa oração).
Já não é a primeira vez que, depois da última,
umazinha abusa de minha fidelidade.
Dizem à boca-pequena, lá na cidade, que
tenho um montão de galhos na cabeça e, antes
que eu me esqueça, lembro-lhe que já comprei
bonés de tudo quanto é time de futebol e beisebol
americanos pouco identificáveis no BR.
Por quê?... Pense na cena:
Já pensou eu passar na rua e o povo dizendo:
"Lá vai o corintiano corno! Olha o sãopaulino chifrudo!
Olha o flamenguista... ei! cuidado ao passar pela porta!
Olha o palmeirense, o porcão... que, quando vai jogar
futebol, tem que usar chapéu de couro senão fura a
bola e quá-quá-cá, quá-cá... etc.
Ah, Santa Izildinha, por que eu? Onde tenho falhado?
Fiz aniversário anteontem. A minha ex mandou-me um
presente. No cartão, li: 'Ao corno, com carinho.'
Nem sequer colocou meu nome, pode?
Tudo eu peço, minha santa, a mim e a outros a quem,
neste momento, sou solidário. Comprei uma vela preta
da marca 'Belzebu', que acendo em tua homenagem.
Amanhã mesmo vou comprar um esmeril e uma lima
pra dar acabamento neste chifre, juro.
Ai, minha santa, esta dor tá me matando. Disseram-me
que ela é curável com fé e reza brava e que oferecer a
outra face é um dom. Assim seja.
(Eu queria saber quem foi o corno filho da puta que
espalhou o boato!)
Perdão. Mas a senhora poderia me dizer qual o tipo
em que me enquadro...?
***
Santinha, não vem com ladainha.
Sinto-me chifrado na arena...
sou a seda vermelha do toureiro.
Pensei em me esconder num bueiro.
Pô! Toda vez que passo em frente ao espelho
uma voz sinistra me fala 'MUUUUUU!'
(não quero rimar com um palavrão não
cabível nesta santa oração).
Já não é a primeira vez que, depois da última,
umazinha abusa de minha fidelidade.
Dizem à boca-pequena, lá na cidade, que
tenho um montão de galhos na cabeça e, antes
que eu me esqueça, lembro-lhe que já comprei
bonés de tudo quanto é time de futebol e beisebol
americanos pouco identificáveis no BR.
Por quê?... Pense na cena:
Já pensou eu passar na rua e o povo dizendo:
"Lá vai o corintiano corno! Olha o sãopaulino chifrudo!
Olha o flamenguista... ei! cuidado ao passar pela porta!
Olha o palmeirense, o porcão... que, quando vai jogar
futebol, tem que usar chapéu de couro senão fura a
bola e quá-quá-cá, quá-cá... etc.
Ah, Santa Izildinha, por que eu? Onde tenho falhado?
Fiz aniversário anteontem. A minha ex mandou-me um
presente. No cartão, li: 'Ao corno, com carinho.'
Nem sequer colocou meu nome, pode?
Tudo eu peço, minha santa, a mim e a outros a quem,
neste momento, sou solidário. Comprei uma vela preta
da marca 'Belzebu', que acendo em tua homenagem.
Amanhã mesmo vou comprar um esmeril e uma lima
pra dar acabamento neste chifre, juro.
Ai, minha santa, esta dor tá me matando. Disseram-me
que ela é curável com fé e reza brava e que oferecer a
outra face é um dom. Assim seja.
(Eu queria saber quem foi o corno filho da puta que
espalhou o boato!)
Perdão. Mas a senhora poderia me dizer qual o tipo
em que me enquadro...?
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