ah, o amor

ah, o amor...

amor

ave sofredora cativa

se quer alçar voo

é barco à deriva

amor

por vezes d'alma afitiva

condenado no peito

que de liberdade se priva

amor que de amor se vive

à espera incontida

duma ilha segura aportar

tal externar

de toda uma vida

tão livre

sem saber voar

como o desejo

indivisível

de ser amante

invejar

quem por amor

sabe amar

amor

magia sem explicação

nasce e morre no olhar

da dor mais doída

broto de solidão
do elo quebrado
na corrente que leva em frente
ao cárcere da paixão

que de tanto  querer

sólido na palma da mão

voa e voa

desliza como um barco

à ilha da imaginação

amor
sem fingir
o filme que passa
só eu posso assistir