segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Apenas uma resposta ao longe


Apenas uma resposta ao longe


(sonetos de minha mocidade, 1980)


"Longe da cidade, no anoitecer, observo o seu clarão.
Solto o pensamento na corrente dum rio. Busco
uma resposta que preencha o meu vazio."


Busco esperança na beira que descanso
Neste dia manso numa prece poderosa
A porta saudosa dum rio celeste na visão
Na tensão de ir-me em sua calma fogosa

Presságio espectral à solidão amplia
Na atonia duma face o todo mundial
Sem fuga mental e crença na agerasia
Que renascer traria à espera duma nau

O que é a água andar - pra viajar tê-la
Se e'meu outrar, longe, ela finda algures
E no âmago no negror duma estrela?

Se foi à resposta - revém à soledade
Inda na cidade rebrilha a constelação
Impura no chão - avesso desta verdade






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