sexta-feira, 20 de setembro de 2013

F A V O R

"aos 17 eu já ensaiava fazer um soneto. saudades..."


F A V O R


Chamei de mestre um idiota
No momento que dele precisei,
É ruim quando caído viro anedota
De títere social que dele já não sei.


O favor ambiciona o desconhecido
Reduz meu eu revel à miséria,
Deveras constrange-me o pedido
Foi meu humor, vem-me a face séria.


Nunca peça favor à desconfiança
Melhor seria tirar a pureza da criança
Na possível fera que ora nos alcança
No piso liso que dançarino não dança.

Prefiro ser o cúmulo da desgraça
A receber olhares de qualquer raça.

(1976)

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