"aos 17 eu já ensaiava fazer um soneto. saudades..."
F A V O R
Chamei de mestre um idiota
No momento que dele precisei,
É ruim quando caído viro anedota
De títere social que dele já não sei.
O favor ambiciona o desconhecido
Reduz meu eu revel à miséria,
Deveras constrange-me o pedido
Foi meu humor, vem-me a face séria.
Nunca peça favor à desconfiança
Melhor seria tirar a pureza da criança
Na possível fera que ora nos alcança
No piso liso que dançarino não dança.
Prefiro ser o cúmulo da desgraça
A receber olhares de qualquer raça.
(1976)
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