sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

DUETO DE MÁRCIA & RHEGGE




DUETO DE MÁRCIA & RHEGGE


Ainda sobre o Ódio ao Cigarro
INVENTEI
essa Márcia pra conversar e versar
 comigo mesmo. 



MARCIA.
Na mesma tecla apelo neste excelso dia
Pra tu largares este amigo na marra
A dar-lhe o prazer de resumir tua travessia,
Crie vergonha e enfie a boca no barro
Desejo vê-lo salutar descompondo elegia
Livrando-se desta porra de cigarro.

REHGGE.
Ó  Márcia minha musa irreclusa previdente
Sei de teu  apreço por mim demonstrado
Sem amarelar, veja  meus amarelos dentes
Sinta  o aroma do hálito deste enrugado,
És minha doutora sedutora entrementes
Minha mãe  a ti, só a ti tenho comparado.

MÁRCIA.
Cara, tira o maço de cigarro da frente
Veja teu fim, nas bitucas tua doença
Corra! corra da indiferença à renascença
Resista e insista contra o vício deprimente
Que mata mais gente que toda guerra
Pois ainda é cedo pra caíres por terra.

REHGGE.
Abster-me da nicotina não posso
Assim num zum faz-se cafarnaum
Nos papéis velhos de poentas mobílias,
Oh,  trocarei a pilha vital por alcalina
Na lanterna que o futuro ilumina
Minha sina-maravilha lúcida brilha!

MÁRCIA.
Não me engambele com metáforas
Nem com antiversos inúteis à real
Nem venha parabolar com eus crápulas,
Seja tu mesmo sem máculas desigual
Não espere o Natal e suas fábulas
Pra tantos mais fugirem desse mal.

REHGGE.
Márcia, desculpe a lídima preocupação
Que te causo por ser cabeça dura,
Sei que tu só queres minha cura
Que me livre dos folículos do pulmão,
Estou dando os últimos tragos na jura
Amicalmente honrado com tua atenção.











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