A Márcia Oliveira e o Zé Silveira
Não param de pegar no meu pé:
"para mané!, para mané!"
Ela de Sampa, Ele de Niterói
Em coro virtual de fé
Dizem que sou um cara legal etc.e tal
Não querem meu funeral,
E entre um trago e outro, pois é
Alimento-me da porra que me corrói
Enchendo o cinzeiro de bitucas
Até em textos filhos-das-putas
Pensando seriamente no assunto
Antes que eu vire presunto.
Ponto.
De mim mesmo tiro sarro
Sou desinteligente e tonto
De onde sai tanto catarro
E na música deles canto
"odeio cigarro, odeio cigarro".
A Márcia é mina de coragem
O Zé, mano de bagagem
Os dois querem ver-me são,
Nem lhes contei de meu pulmão
Nem da médica sua versão,
Tô mais fodido
Que o cão vadio perdido
Que nem sabe de sua execução!
(aquele que o dono não aparece,
não faz prece e manda o mundo
pra puta-que-o-pariu
sem grana pra taxa de liberação).
"Desculpem-me pela ideia acima: força do hábito.
Vem naturalmente como um cigarro após o outro."
Só me resta aos dois
Agora, sem deixar pra depois
Agradecer tanta preocupação,
Deixar de ser escravo da nicotina
Aumentar o tempo de minha sina
Criar vergonha na cara
Não por mim
Mas por quem me estima,
Ah, se minha mãe cá estivesse
Estaria me cortando na vara.
E com apoio psicológico
Minha mente doentia
Antes de eu fazer 52, sara.
*********
*********
Nenhum comentário:
Postar um comentário