FALTA DE ASSUNTO.
(ao LFVerissimo em resposta a falta de assunto, eh, eh.)
Hoje já levantei com a boca azeda. Desde manhã
estou a fim de escrever una crônica, mas não encontro
assunto, um, unzinho. Muita coisa vem na minha cabeça.
Sei lá, política, economia, esportes, guerra e paz, a velha
fofoqueira aqui do lado de casa... sobre meu cachorro velho
à espera da morte, futebol, copa, um poema cronicado (?).
O engraçado é que tenho dois pedidos de contos encalhados
e nem sequer consigo escrever a porra duma crônica.
Não me vem um tema pra eu encher a linguiça. Poderia falar da
separação conjugal do meu amigo Zico, que tanto ria quando
os amigos dele levavam chifre das esposas, ah-ah. Não, não.
Pô, neste dia de Corpus Christi tô mais neutro que a lua
neutra em noites a fio que fico com meu anzol na água e
não aparece um peixe pra morder a isca. Até meus ex-amores
me fogem da memória. Ei, preciso arrumar meu quarto!
Taí, um bom assunto: quarto/escritório de escritor: livros por
todos os lados, papeis e rascunhos de textos que, pra não
deixar escapar a ideia, escrevo um pequeno esqueleto, depois
vou moldando o corpo. Tenho vergonha de falar do meu quarto:
pilhas de roupas usadas, móveis cupinizados, cama revirada,
cheiro bolorento, ah, e uma lâmpada que improvisei por cima
da mesa onde escrevo meus singelos textos. O curioso
é que a deixo no soquete enrolada no fio junto com meu
óculos de (d)efeitos especiais. Acho que estou ficando
cegueta: as letras parecem-me cada vez menores e nubladas.
Ei, nubladas, é!... o tempo está nublado! Humm! uma crônica
cinza?... não-não, não dá liga. Eureca! Vou escrever sobre
minha falta de assunto e o que faço, o que se passa na minha
mente quando não tenho nada a dizer. Vou começar, senão
meu saco vai ficar em carne viva de tanto eu coçar.
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