segunda-feira, 25 de outubro de 2010

para além das mesmas esquinas.

para além das mesmas esquinas.


pra viver
escalei montanhas
e vivi

pra morrer
em disparadas tamanhas
desci

entre subidas e descidas
o viço perdi

finjo que inda sou forte
que sou feliz

minha força reside
na incontida vontade de viver

despedindo-me a cada segundo daqui

"uma obra leva anos pra se construir
mas implodida
num instante cai por terra,"

num olhar retro
nem vejo meus rastos
que meu peito encerra

vejo uma aquarela e um pincel
que desde menino nunca usei
talvez agora seja a hora

de colorir um paraíso só meu
que nem sequer imagino

às vezes me pergunto
se a felicidade foi minha busca
quiçá
aquando deste dia
rompa-se de seus grilhões
e me chegue
com batucada e foliões
pelo menos
prum último sorriso

solitário
como um superverso
perverso
em que eu exale
meus resíduos maldosos

e até me veja
reabilitado
indo ao encontro duma  redimida tereza
num boteco amical
duma nova esquina
onde o futuro renasça

e a dona morte
desvie seus olhos
e eu me perca nos labirintos
tão iguais
mas de muitas saídas

palavreadas...



























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