O QUE TODOS PROCURAM
(crônica de um dia)
na estação:
lusco-fusco do dia.
é o rush de toda hora.
formigueiro em desarmonia.
babel sem sintonia.
o que procuro,
indo e vindo entre desconhecidos?
figurantes, destino tal...
cada um em sua busca pessoal.
quem são?
o que procuram?
o que todos procuram?
cheguei, já é noite.
coloquei-me num ponto à margem:
camelôs, bêbados,
gente bonita, gente feia,
trabalhadores;
gente que vai e volta
com seus caraminguás
em grupo, só, pelo grupo
nos bares, nas ruas, nas praças.
e o formigueiro se desfaz.
o que procuro?
miro o prostíbulo de infelizes,
resumo dum gozo rápido
na pressa de viver.
talvez agora
um contato virtual, sei lá,
pra aliviar a alma
quando noto um casal.
de repente
coração que se contrai:
o formigueiro se forma.
de onde vêm?
pra onde vão?
o que procuram?
é mais que sobrevivência, vai além...
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