olhe as plantas
que já foram verdes
quando o sal da vida
era a corrida
sem olhar à frente
olhe o coral tristonho
de vozes embargadas
incrédulas no adeus
olhe o rosto
que já foi moço
no 'espelhomente'
do sorriso acidental
como podes não perceber
o que vês
senão o êxodo
de dias contados
pra nesse coitado renascer
a vontade de regressar
do futuro inclemente
adiante do que nunca soube
e se soubesse no presente
o esmo que viria
nada me roubaria
o último suspiro até dizer
por quê
porque num instante
morro à sua frente
tão longe de teus olhos
no cortejo que passa
roubando toda graça
que há no nascer
porque morrer
é a resposta sem pergunta
de sim e não
de tudo e nada na ilusão
do vazio eterno
que vive neste chão
***
***
Nenhum comentário:
Postar um comentário